“A pessoa quer ser livre”, diz Lula sobre empreendedorismo

Presidente defende mercado flexível e antecipa que anunciará novas linhas de crédito para fortalecer o empreendedorismo no Brasil
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"O dinheiro tem que circular na mão do povo trabalhador, do povo mais humilde, da classe média e do pequeno empreendedor", afirma Lula. Foto: SouDiana/Wikimedia Commons

Um país que cresce baseado em um mercado de trabalho flexível, onde as pessoas tenham liberdade para conciliar atividade profissional e estudo. Onde haja espaço para alinhar compromissos e convivência social. Uma nação que entende e promove o empreendedorismo e cria condições para uma indústria forte e diversa. Esse “combo” define o modelo de crescimento econômico que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta, 20 de fevereiro, em entrevista à Rádio Tupi FM do Rio de Janeiro. Veja em TVT News.

“Teremos três políticas de crédito para favorecer o pequeno e médio empreendedor. Será a maior política de crédito já feita nesse país. Queremos que esse país cresça. O dinheiro tem que circular na mão do povo trabalhador, do povo mais humilde, da classe média e do pequeno empreendedor”, afirmou.

Lula antecipou que o Governo Federal vai anunciar nos próximos dias um amplo programa de crédito com foco no empreendedorismo. “Teremos três políticas de crédito para favorecer o pequeno e médio empreendedor. Será a maior política de crédito já feita nesse país. Queremos que esse país cresça. O dinheiro tem que circular na mão do povo trabalhador, do povo mais humilde, da classe média e do pequeno empreendedor. O dinheiro circulando gera crescimento, desenvolvimento, emprego, salário”, listou.

Para o presidente, essa perspectiva vai permitir com que o empreendedorismo cresça ainda mais e com sustentabilidade. “É isso que queremos. Quem quiser ser empreendedor vai ser. Quem quiser trabalhar no Uber vai. Quem quiser trabalhar vai ter emprego”.

Mais liberdade

Para o presidente, um ponto a ser levado em conta nas relações profissionais atuais é a flexibilidade nas cargas horárias e a importância que as pessoas dão à qualidade de vida e ao tempo livre para estudar, cuidar da família, dos amigos e da saúde física e mental. “Por que um menino de 17, 18 anos que está trabalhando em uma bicicleta ganhando 700, 800 reais por mês vai se submeter a trabalhar das 7h às 17h  dentro de uma fábrica, de uma loja, para ganhar 1.600 reais?”, questionou Lula.

“Ele prefere ter liberdade. Quer uma boa jornada de trabalho. Às vezes quer trabalhar só de manhã. Só à tarde. E precisamos garantir que esses jovens tenham compatibilidade entre trabalho e estudo. Entre trabalho e convivência familiar. Na primeira metade do século 21, o povo não quer mais ficar trancado. E é isso que a gente tem que garantir”, continuou.

É nesse contexto, segundo o presidente, que alguns setores precisam estar atentos ao criar novas vagas. “Esses dias eu estava conversando com empresários de São Paulo. Eles diziam que tinham 30 mil vagas de emprego e não aparecia ninguém para trabalhar. É o seguinte: tem que melhorar um pouco o salário”, sugeriu Lula.

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“Teremos políticas de crédito para favorecer o pequeno e médio empreendedor”, disse Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Pé-de-meia

Lula também destacou que o Programa Pé-de-Meia se consolidou como uma política pública essencial para combater a evasão escolar e ampliar o leque de oportunidades para adolescentes de baixa renda. Durante o bate-papo, ressaltou que o programa não apenas incentiva a permanência na escola, mas ajuda a construir um futuro com mais dignidade e autonomia.

“O Pé-de-Meia é uma revolução, porque descobrimos que meio milhão de jovens desistiam do ensino médio para ajudar no orçamento familiar. Eu ficava imaginando como é que um presidente poderia permitir que meio milhão de jovens desistissem da escola para ajudar a família. Então resolvemos criar uma poupança para esse jovem”, explicou.

O programa é voltado a estudantes matriculados no ensino médio público beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Funciona como uma poupança para promover a permanência, a conclusão escolar e a participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que abre portas para o ensino superior. 

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Veja quando é o pagamento da parcela de novembro do Pé-de-Meia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado a qualquer momento. O beneficiário ainda recebe R$ 1.000 ao fim de cada ano concluído, que só pode ser retirado após a formatura no ensino médio. Considerando parcelas de incentivo, depósitos anuais e o adicional de R$ 200 pela participação no Enem, os valores chegam a R$ 9.200 por aluno. 

“São quase quatro milhões de alunos no programa, e no Rio de Janeiro são 276 mil alunos recebendo. Isso é um compromisso que temos. Se a gente não investir no jovem quando ele precisa, depois a gente vai investir para combater o crime organizado, para construir cadeia. Eu prefiro investir em sala de aula”, pontuou Lula.

Via Agência Gov

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