Médicos Sem Fronteiras denúncia na ONU o genocídio no Sudão

Médicos Sem Fronteiras afirmou que no Sudão acontece “guerra contra a população” em reunião do Conselho de Segurança da ONU
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Chris Lockyear, Secretário-geral de Médicos Sem Fronteiras apela pelo fim de ataques a civis e por aumento da ajuda humanitária no Sudão. Foto: MSF/Reprodução

O secretário-geral de Médicos Sem Fronteiras, Christopher Lockyear, fez nesta quinta-feira (13) um relato ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre a catástrofe humanitária causada pela Guerra no Sudão. Ele apelou pelo fim da violência contra civis e por um novo compromisso para permitir a entrega de ajuda que possa salvar vidas. Saiba mais na TVT News.

A guerra no Sudão é sobretudo uma “guerra contra a população”, disse Lockyear. As Forças Armadas Sudanesas têm bombardeado de forma reiterada e indiscriminada áreas densamente povoadas.

Seus oponentes das Forças de Apoio Rápido e de milícias aliadas têm levado a cabo uma campanha de brutalidade, marcada por violência sexual sistemática, sequestros, massacres, pilhagem de ajuda humanitária e ocupação de instalações de saúde. Os dois lados realizaram cercos a cidades, destruíram estruturas civis vitais e bloquearam o ingresso de ajuda humanitária.

Qual a atuação dos Médicos Sem Fronteiras no Sudão?

Médicos Sem Fronteiras (MSF) provê cuidados médicos em 11 estados do Sudão, em áreas dominadas pelos dois lados do conflito, de acordo com princípios humanitários. Equipes de MSF que estão no país têm alertado para os níveis alarmantes de desnutrição em muitas áreas, ao mesmo tempo em que cresce a incidência de doenças infecciosas e preveníveis com vacinação. A proximidade da estação chuvosa aumenta a urgência para que pessoas afetadas pela guerra recebam comida e suprimentos médicos.

A mensagem de MSF ao Conselho é a de que a guerra no Sudão não pode continuar a ser travada com desrespeito total a vidas de civis. Após mais de dois anos, a resposta internacional tem sido até agora limitada demais devido a obstruções das partes em conflito e por falta mecanismos de responsabilização, recursos e liderança.

“No momento em que pronunciamentos são feitos nesta sala, civis continuam invisíveis, desprotegidos, bombardeados, vivendo sob cerco, sendo vítimas de estupro, deslocados, privados de comida, cuidados médicos e de dignidade”, afirmou Lockyear.

“A resposta humanitária é titubeante, debilitada pela burocracia, insegurança, hesitação e pelo que ameaça ser o maior desinvestimento na história da ajuda humanitária internacional.”

Lockyear apelou para que, ao invés disso, seja firmado um novo compromisso de proteção a civis e atendimento às necessidades humanitárias.

“A crise no Sudão carece de uma mudança fundamental em relação às abordagens fracassadas do passado”, afirmou ele. “Milhões de vidas dependem disso.”

Por Médicos Sem Fronteiras

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