Artigo de poeta e dramaturgo Wilson Coêlho mostra a perseguição do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ao deputado Glauber Braga, do Psol. Veja o artigo completo em TVT News.
Voz uníssona: “Glauber Fica!”
Por Wilson Coêlho
Se o Conselho de Ética é o órgão encarregado do procedimento disciplinar destinado à aplicação de penalidades em casos de descumprimento das normas relativas ao decoro parlamentar na Câmara dos Deputados, por que ele tem se calado ao longo da história diante de deputados assassinos, corruptos, fascistas e propagadores do ódio em nossa população?
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados foi criado em 2001 e, desde então, já recebeu 234 representações contra deputados acusados de corrupção, agressão verbal ou física, calúnia ou difamação, disseminação de fake news e até de homicídio. Consta que de todo esse volume de representações, apenas 8 pedidos de cassação tiveram alguma punição como penas brandas como censura verbal ou escrita e suspensão temporária de mandato, o que equivale a 3% dos acusados, sendo 203 casos arquivados.
O que é estarrecedor é ver esse mesmo Conselho de Ética justificar a cassação do mandato de Glauber Braga apenas por ele colocar para fora do congresso um agressivo e fascista, militante do MBL – Movimento Brasil Livre, para se defender das agressões em sua vida particular, inclusive, envolvendo sua família e com xingamentos e achincalhe à sua mãe adoentada. Todos sabemos que não foi por isso, mas – sim – por uma perseguição política e, diga-se de passagem, muito perigosa porque abre precedentes para que a direita avance em seus projetos de exclusão dos parlamentares e cidadãos que defendem a soberania de seu povo.
Os esforços dessa Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, tratam-se de uma perseguição política de deputados a serviço do ex-presidente Artur Lira, para cassar o mandato do deputado do Psol Glauber Braga pelo fato do mesmo ter denunciado os crimes do orçamento secreto implementado no Congresso para a manutenção dos desvios de verba a partir de emendas escusas e fraudulentas que foram o marco do governo anterior. Não se trata apenas de um acinte ou uma vergonha ou uma desonra dessa casa, pois essas palavras não passam de um eufemismo para um terrível crime premeditado que se pretende cometer.
Trajetória de Glauber Barga: em defesa da democracia
A trajetória de Glauber Braga é marcada pela sua irrefutável posição em defesa da democracia e da transparência das ações do governo através do parlamento e da justiça em prol da sociedade brasileira, principalmente, para os mais desfavorecidos. Desde a sua militância até sua postura contra os poderosos que praticam atos odiosos para escamotearem ou fazerem cortinas de fumaça para os crimes que praticam os colarinhos brancos associados com as milícias, em nome da política desses que estão a serviço do capital e dos privilegiados do sistema.
Mas essa perseguição, ademais de sua postura, os que o combatem estão tergiversando diante de dois nós górdios, a saber, o assassinato de Marielle Franco e os atos criminosos de Artur Lira. O primeiro, o assassinato de uma parlamentar por defender a vida e pela garantia e promoção dos direitos humanos, bem como à vida digna e sem violência nas favelas, trata-se também da morte de uma mulher e, ainda, negra, a tentativa de “passar panos” para os criminosos, desde os mandantes até os executores, significa alimentar essa “cultura” burguesa e colonialista dos que tudo podem.
Marielle não é só Marielle, considerando que ela representa os oprimidos, assim, deixar incólumes os que direta ou indiretamente cometeram o crime é assinar um cheque em branco para os que, desde invasão do Brasil, se entendem como os donos da lei. É reproduzir o velho quadro dos genocidas e senhores de engenho.
No que diz respeito ao sinistro ex-presidente do Congresso, Artur Lira, que desde o governo passado tem leiloado e negociado com o dinheiro público a manutenção da injustiça e da corrupção, o deputado Glauber Braga é frequentemente perseguido e punido por tentar fazer com que se cumpra o mínimo para que prevaleça a constituição, que se aplique a lisura dos atos parlamentares.
E não é por acaso que os parlamentares que o perseguem, sustentados pela imprensa burguesa e fascista, sejam justamente os deputados negacionistas que defendem torturadores, milícias, além da desonra e agressão dirigidas aos povos originários, aos negros e aos nordestinos, promovendo e estimulando violência de gênero e muitas outras ações vis e humilhantes à população brasileira e ao Congresso.
Enfim, defender Glauber Braga é defender não apenas o Psol ou os partidos de esquerda, mas diz respeito aos parlamentares eleitos pela vontade popular, à defesa da democracia contra a barbárie, o humanismo e à luta por um mundo melhor. Necessitamos urgentemente gritar em alto e bom tom, pela garantia de seu mandato e, em voz uníssona, contra toda a tirania dos banqueiros, das
Wilson Coêlho é poeta, tradutor, palestrante, dramaturgo e escritor
