Motta envia cassação de Eduardo Bolsonaro para o Conselho de Ética

Em julho, conversamos com Guilherme Boulos sobre o pedido de cassação que ele protocolou contra Eduardo Bolsonaro
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Bolsonaro conspirou para enquadrar Moraes na Lei Magnitsky. Foto: Reprodução/Youtube

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou quatro pedidos de cassação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Conselho de Ética da Casa nesta sexta-feira (15). Os documentos pedem a cassação do parlamentar por considerá-lo traidor da pátria ao atuar nas sanções dos EUA às autoridades brasileiras. Entenda o acontece agora na TVT News.

Três foram protocoladas pelo PT e uma pelo PSOL e estavam paradas há quase um mês aguardando autorização de Motta. A ação de hoje acontece após pressão base do governo Lula e o aumento das sanções dos EUA aplicadas em autoridades brasileiras.

Esse é o início da análise de processos disciplinares contra Eduardo Bolsonaro.

Veja os próximos passos

➡️ Agora, o Conselho de Ética se reúne para instaurar formalmente o processo, essa fase de abertura é obrigatória.

➡️ No mesmo momento deve ser sorteado três nomes para a escolha de um relator do caso, a definição cabe ao presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (UNIÃO/SC).

➡️ Caberá ao relator decidir se o processo pode seguir ou deve ser arquivado.

➡️ Eduardo Bolsonaro também será notificado para apresentar uma defesa inicial.

O presidente do Conselho de Ética, deputado Fábio Schiochet (União-SC), disse que não sabe ainda quando ocorrerá a instauração dos processos.

“As representações acabaram de chegar. Vou analisar caso por caso antes de falar em prazos”, disse.
O presidente do Conselho de Ética avaliou que a abertura das investigações não deve ocorrer na próxima semana. “Acabou de chegar. Ao total são 20 representações [contra Eduardo e outros deputados]. Não vai dar tempo”, afirmou.

Veja entrevista de Guilherme Boulos para o jornal TVT News Primeira Edição sobre o assunto:

Uma das cassações de Eduardo Bolsonaro protocolado pelo PT

O PT protocolou na presidência da Câmara dos Deputados um pedido de suspensão cautelar do mandato e o bloqueio dos vencimentos de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O deputado pediu licença de afastamento das funções por 120 dias. O prazo venceu neste domingo (20).

O pedido assinado pelo líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), diz que Eduardo Bolsonaro se engajou em articulações nos Estados Unidos, hostis ao Estado brasileiro, à Constituição da República e aos Poderes constituídos.

“Ao longo do período de licença, sua conduta agravou-se de forma notória e pública: foram inúmeras declarações e ações orientadas à promoção de sanções internacionais contra o Brasil, especialmente dirigidas ao Supremo Tribunal Federal e à autoridade de seus ministros, inclusive com comemoração da tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras anunciadas por Donald Trump”, diz trecho da petição.

O regimento da Câmara determina que, uma vez encerrado o prazo da licença e a permanência no exterior não for comunicada à presidência, nem o retorno ao exercício do mandato, passa a incidir a vedação ao recebimento de salário.

“Considerando o término da licença e a injustificada ausência de retorno às atividades parlamentares, é imperativo que a Presidência da Câmara proceda ao imediato bloqueio do pagamento da remuneração parlamentar de Eduardo Bolsonaro, nos termos da Constituição Federal e das normas internas desta Casa,” diz outro trecho.

Farias lembra ainda que a atuação do filho de Bolsonaro motivou a apresentação de duas representações no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, respectivamente em 25 de maio e 11 de julho de 2025, requerendo a cassação de seu mandato parlamentar por violação ao decoro, traição à soberania nacional e abuso das prerrogativas constitucionais. Além disso, foi protocolada, em 16 de julho de 2025, petição coletiva à Mesa da Câmara, requerendo a aplicação de medida cautelar de suspensão do mandato de Eduardo Bolsonaro.

Luciano Nascimento – Repórter da Agência Brasil

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