Lula e Trump conversam por videochamada

Leia como foi a ligação que Trump fez para a Lula; presidentes conversaram por 30 minutos
Trump sugeriu encontro após citar "excelente química" com líder brasileiro. Foto: Daniel Torok/Casa Branca/Ricardo Stuckert/PR

Os presidentes Lula e Donald Trump fizeram uma videochamada na manhã desta segunda (6). De acordo com o Palácio do Planalto, Trump ligou para Lula e ambos conversaram sobre as relações entre os dois países por 30 minutos. Leia em TVT News.

Quais os principais pontos da conversa entre Lula e Trump:

  • Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos
  • Lula e Trump relembraram a boa química que tiveram em Nova York na Assembleia Geral da ONU
  • Lula pediu a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras
  • Lula falou da oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos
  • Lula também lembrou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços
  • Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad
  • Lula e Trump acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. Lula disse que pode ser na Cúpula da Asean, na Malásia
  • Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação

Telefonema entre os presidentes Lula e Donald Trump

Leia a nota oficial do Palácio do Planalto sobre a ligação entre Lula e Trump.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na manhã desta segunda-feira, 6 de outubro, telefonema do presidente Donald Trump, dos Estados Unidos. Em tom amistoso, os dois líderes conversaram por 30 minutos, quando relembraram a boa química que tiveram em Nova York por ocasião da Assembleia Geral da ONU. Os dois presidentes reiteraram a impressão positiva daquele encontro.

O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços. Solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta a produtos nacionais e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

O presidente Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ambos os líderes acordaram encontrar-se pessoalmente em breve. O presidente Lula aventou a possibilidade de encontro na Cúpula da Asean, na Malásia; reiterou convite a Trump para participar da COP30, em Belém (PA); e também se dispôs a viajar aos Estados Unidos.

Os dois presidentes trocaram telefones para estabelecer via direta de comunicação. Do lado brasileiro, a conversa foi acompanhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, os ministros Mauro Vieira, Fernando Haddad, Sidônio Palmeira e o assessor especial Celso Amorim.

Lula e Trump concordaram se encontrar em breve

Leia a postagem do presidente brasileiro sobre a ligação que ele recebeu de Trump

Como foi a ligação entre Lula e Trump

A ligação foi mantida em sigilo e foi negociada após o encontro na ONU, quando Trump disse que houve química entre os dois.

Para fontes na imprensa, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a conversa entre os presidentes foi positiva do ponto de vista econômico.

A chamada entre Trump e Lula começou por volta das 10h da manhã. A notícia foi publicada primeiro pelo jornalista Túlio Amâncio da Band.

A expectativa é que a videochamada funcione como uma reunião antecipada de um encontro presencial na Malásia, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, que ocorre a partir de 26 de outubro e que o tarifaço entre na pauta.

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Conversa de Trump e Lula nasceu após a Assembleia Geral da ONU

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou em seu discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, que se encontrou brevemente com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que ambos concordaram em manter uma reunião bilateral. O encontro, segundo Trump, durou cerca de 20 segundos, mas deixou uma impressão positiva para o líder norte-americano.

“Eu e Lula nos encontramos. Nos abraçamos. Concordamos em uma reunião na semana que vem. Falamos rapidamente, mas mal posso esperar. Estou feliz que o encontrei. Ele é um homem muito simpático. Gosto dele e ele gosta de mim. Só faço negócios com quem gosto. Mas tivemos uma ótima química”, declarou Trump, em entrevista à imprensa.

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Trump assiste ao discurso de Lula na 80ª Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Divulgação

A fala de Trump ocorre em meio a um contexto de tensões comerciais históricas entre os dois países. O presidente norte-americano voltou a defender tarifas contra o Brasil. O fato é que tais tarifas têm se mostrado prejudiciais aos cidadãos americanos, além de injustas no sentido jurídico e comercial internacional.

“O Brasil tem que pagar tarifas por interferir contra a liberdade de cidadãos americanos. Estão dizendo qual o problema de usar tarifas? O Brasil também tinha tarifas injustas contra os EUA e atacamos de volta. Sempre vou defender a soberania norte-americana”, afirmou.

Antes de Trump subir ao palco para o discurso, Lula falou de forma incisiva e acusou potências globais de imporem sanções unilaterais, atentarem contra a soberania de nações e promoverem uma “consolidação da desordem internacional”.

“O multilateralismo está diante de uma nova encruzilhada. Esta organização está em xeque. Assistimos a uma consolidação de desordem internacional marcada por seguidas concessões às políticas do poder”, afirmou o presidente. “Sanções arbitrárias e unilaterais estão se tornando regra.”

Em tom direto, Lula traçou um paralelo entre a crise do multilateralismo e o enfraquecimento das democracias, fenômeno que, segundo ele, tem se alastrado pelo mundo com o auxílio de milícias digitais, cultos à ignorância e ataques sistemáticos à imprensa.

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