Câmara acelera cassação de Glauber Braga após uso de força para removê-lo do Plenário

“Depois de aliviarem a pena de Bolsonaro ontem, o objetivo deles agora é me calar. Mas eu FALAREI!", disse Glauber Braga
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Glauber Braga (PSOL-RJ) foi arrancado à força da cadeira da presidência do Plenário. Foto: Kayo Magalhães Câmara dos Deputados

Mais um episódio de aplicação seletiva das regras na Câmara dos Deputados. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi arrancado à força da cadeira da presidência do Plenário nesta terça-feira (9), durante protesto contra a aprovação do “PL da Dosimetria”, que reduz pena de golpistas. Agora, o deputado diz que devem votar sua cassação ainda hoje, às 15h55. Entenda na TVT News.

A situação contrasta com o comportamento da Casa no início do ano, quando bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora por quase 48 horas sem sofrer qualquer sanção.

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Glauber Braga fica

Ao ser retirado do plenário por agentes da Polícia Legislativa, Braga afirmou que a ação tinha o objetivo de silenciá-lo. “Depois de aliviarem a pena de Bolsonaro ontem, o objetivo deles agora é me calar. Mas eu FALAREI! Vou utilizar cada minuto do tempo programado para a minha defesa”, disse o parlamentar.

O deputado criticou a disparidade de tratamento: enquanto bolsonaristas que sequestraram a mesa ficaram impunes, ele foi retirado em poucas horas, com roupas rasgadas, e conduzido ao Salão Verde, fora do plenário Ulysses Guimarães. “O senhor [Hugo Motta], que sempre quis se mostrar como ponto de equilíbrio, é uma mentira. Com os golpistas sobrou docilidade, agora com quem não entra no jogo deles, é porrada”, afirmou Braga.

O parlamentar classificou a votação de cassação como parte de um “pacote golpista” que inclui anistia e redução de penas para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele reafirmou seu compromisso com a defesa das liberdades democráticas: “Eles podem até cassar o mandato, mas eu vou lutar até o último minuto não por mim, mas para que não firam as liberdades democráticas”.

Hugo Motta, em nota, afirmou que Braga desrespeitou o Poder Legislativo e classificou o ato como extremista. Segundo Motta, foram determinadas apurações sobre possíveis excessos contra a imprensa durante a retirada do deputado do plenário.

É mais um episódio de tratamento desigual das regras na Câmara e sobre o tratamento diferenciado dado a deputados aliados do bolsonarismo em comparação à oposição. A votação da cassação de Glauber Braga está marcada.

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