Câmara aprova urgência do PL da Anistia para golpistas

Hugo Motta disse que texto final e alcance da anistia ainda serão discutidos
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Solidariedade com golpistas: Hugo Motta cede à pressão da direita e colocou em pauta a votação da urgência do projeto de Lei da anistia. Foto: Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A Câmara dos Deputados mais uma vez virou as costas para a opinião pública e aprovou a urgência do PL da Anistia a golpistas. O placar foi de 311 votos a favor dos golpistas contra 163. Leia em TVT News.

Extrema direita pressiona e deputados aprovam urgência da anistia para golpistas

No dia seguinte à votação impopular da PEC da Blindagem, mais uma vez, a Câmara dos Deputados não ouve as pesquisas de opinião e vota a aceleração da tramitação do projeto de lei da anistia que prevê perdão para os golpistas que tramaram contra a democracia brasileira.

O placar foi de 311 para golpistas e 163 para os que defendem a democracia.

Veja como votou cada deputado no final da página.

Com essa aprovação de urgência, a tramitação do projeto fica acelerada. O texto não precisará passar por comissões e poderá ser votado direto no plenário.

A votação da urgência veio da pressão de líderes da oposição junto ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).

O texto que será votado, no entanto, ainda não está definido. Para aprovar a urgência, a Câmara usou um projeto do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) que já estava pronto. Isso não significa que será o texto final.

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Em uma semana, Câmara dos Deputados vira as costas para a opinião pública com a votação de duas medidas impopulares. Foto: Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Motta informou que ainda haverá discussões que podem prever diminuição da pena aos golpistas do 8 de janeiro e também o ex-presidente condenado Jair Bolsonaro.

O que diz o projeto de anistia de Crivella

O projeto de anistia de Crivella diz que:

Ficam anistiados todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 30 de outubro de 2022 e o dia de entrada em vigor desta lei.


Não é possível ainda afimar que o texto que a Câmara votará será esse e se anistiará ou não o ex-presidente condenado Jair Bolsonaro, setenciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe de Estado

Mais cedo, no X, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta disse que

“O Brasil precisa de pacificação e de um futuro construído em bases de diálogo e respeito. O país precisa andar. Temos na Casa visões distintas e interesses divergentes sobre os acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. Cabe ao Plenário, soberano, decidir. Portanto, vamos hoje pautar a urgência de um projeto de lei do deputado Marcelo Crivella para discutir o tema. Se for aprovada, um relator será nomeado para que possamos chegar, o mais rápido possível, a um texto substitutivo que encontre o apoio da maioria ampla da casa. Como Presidente da Câmara, minha missão é conduzir esse debate com equilíbrio, respeitando o Regimento Interno e o Colégio de Líderes”, escreveu Motta.


O Projeto de Lei 2162/23, do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) não tramita mais junto com o texto que aguardava votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (PL 2858/22), cuja versão propunha anistia mais ampla.

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Apoiadores de Bolsonaro depredam Praça dos Três Poderes, em Brasília. São esses crimes que a Câmara quer dar anistia. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O texto original do PL 2162/23 diz que a anistia proposta compreende “os crimes com motivação política e/ou eleitoral ou a estes conexos, bem como aqueles definidos no Código Penal”.

Esse texto, no entanto, não será o que irá à votação. Articulações de lideranças políticas junto a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) procuram uma saída que não implique anistia ampla, focando mais na redução de penas.

Debate em Plenário


Deputados da oposição e de outros partidos de direita e centro-direita defenderam a aprovação da urgência. Parlamentares de esquerda, base do governo, criticaram a votação.

Para o deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, a proposta de anistia é absurda por incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete altos funcionários do governo anterior entre os beneficiados. “Não existe pacificação com impunidade, com anistia para golpista”, disse.

Votação dos Deputados para anistia tramitar em urgência

Votação dos Deputados

Deputado Partido Estado Voto

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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