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Da Redação

Tribunal dos EUA declara tarifaço ilegal; Trump chama decisão de “desastre”

O Tribunal de Apelações dos EUA para o Circuito Federal em Washington, D.C., confirmou que a maioria das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, são ilegais. A decisão, tomada com um placar de 7 a 4, representa uma vitória significativa para o Congresso e um revés para a autoridade presidencial. Entenda o impacto da decisão no tarifaço na TVT News.

As tarifas em questão, que Trump apelidou de “recíprocas”, foram justificadas sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), uma legislação de 1977 que permite ao presidente agir contra ameaças “incomuns e extraordinárias”. No entanto, o tribunal rejeitou a argumentação, considerando que o poder de impor tarifas e impostos reside no Congresso, não no poder executivo. A corte destacou que, historicamente, a IEEPA tem sido usada para sanções e congelamento de bens, não para a política tarifária.

O impacto da decisão no tarifaço

A decisão atinge o tarifaço que inclui uma taxa de 10% sobre importações de quase todos os países, além de taxas mais altas para cerca de 60 nações, impostas em abril. Um conjunto separado de tarifas, desta vez contra a China, Canadá e México, supostamente para combater o tráfico de fentanil, também foi declarado ilegal.

Apesar da decisão, as tarifas permanecerão em vigor até 14 de outubro. Essa data limite dá à administração Trump a chance de recorrer à Suprema Corte dos EUA. O presidente americano criticou a decisão em sua rede social Truth Social, chamando-a de um “desastre total para o país” e prometendo que as tarifas serão restabelecidas com a ajuda da Suprema Corte. Trump alegou que se a decisão do Tribunal de Apelações for mantida, será a “destruição” dos Estados Unidos. 

A expectativa é que a Suprema Corte analise o caso sob a “doutrina das grandes questões”, conceito jurídico americano que anula políticas que os juízes considerarem que extrapolam a intenção original dos legisladores. A decisão pode forçar o tribunal, que conta com uma maioria conservadora e três juízes nomeados por Trump, a equilibrar a autoridade presidencial com a intenção legislativa.

Esta batalha jurídica é apenas mais uma das questões que Trump enfrenta, juntando-se a outros casos que provavelmente chegarão à Suprema Corte, como sua tentativa de demitir a governadora do Federal Reserve, Lisa Cook, e reter ajuda externa aprovada pelo Congresso. As tarifas sobre aço e alumínio, impostas sob uma autoridade legal diferente, não são afetadas por esta decisão e permanecerão em vigor.

Com informações da Reuters

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Túnel Santos-Guarujá: o que vai mudar para quem vive nas duas cidades

No próximo dia 5 de setembro, na sede da B3, em São Paulo, começa a se tornar realidade uma obra aguardada há mais de 100 anos. A poucos dias do leilão que vai definir a empresa responsável pela construção e operação do Túnel Santos-Guarujá, a primeira travessia submersa do Brasil promete transformar a mobilidade urbana, estimular a economia local e melhorar diretamente a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que vivem nessas duas cidades.

Milhares de pessoas cruzam o canal todos os dias, seja por balsas, embarcações ou trajeto rodoviário, o que pode levar até uma hora. Com o túnel, o tempo gasto na travessia deve cair para cerca de dois minutos. Hoje, turistas e moradores dos dois municípios levam entre 8 e 60 minutos.

A professora Célia, moradora da região, destaca o impacto da obra na rotina e no comércio local. “Essa é uma cidade turística, com grande demanda, e a obra do túnel vai ser essencial pra todos nós. Eu, por exemplo, deixo o carro de um lado e atravesso de barca, o que é muito demorado e cansativo. Com o túnel, vamos ter menos tempo de espera e melhor acesso. Isso também vai ser bom pro comércio, porque facilita pra todo mundo”, disse ela.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou a importância desse empreendimento. “O túnel Santos–Guarujá é uma das obras mais emblemáticas do Novo PAC e marca um novo tempo para a mobilidade urbana e a infraestrutura do Brasil, que agora se torna realidade com o esforço conjunto dos governos federal e estadual. Essa obra vai encurtar distâncias, gerar empregos, fortalecer o turismo, dinamizar a economia local e ampliar a eficiência logística do Porto de Santos. É o Brasil avançando com planejamento, inclusão e desenvolvimento regional.”

BENEFÍCIOS À POPULAÇÃO – A estrutura de seis faixas de tráfego (três por sentido) – incluindo ciclovia, passagens para pedestres e espaço reservado para Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) – trará fim à espera nas filas das balsas e à dependência de deslocamentos longos por veículos, o que tornará o cotidiano menos estressante para quem precisa transitar entre as duas cidades.

Com isso, a população poderá acessar com mais facilidade postos de saúde, escolas, universidades, áreas comerciais e de lazer, o que contribui para o bem-estar e para a integração entre as cidades. A obra também tem potencial de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, tanto na fase de construção quanto na operação do túnel.

A autônoma Meire Rodrigues também vê na nova ligação uma solução para os desafios da mobilidade. “Vai facilitar muito a locomoção de todos e diminuir o trajeto. Eu uso bicicleta, uso carro e tenho medo da travessia de barca, principalmente em dias de chuva, quando o mar fica mais agitado. Esse túnel vai ajudar muito.”

IMPULSO À ECONOMIA – Além de melhorar a mobilidade e a qualidade de vida, a construção do túnel deve ter forte impacto sobre a economia da Baixada Santista. A ligação fixa entre Santos e Guarujá deve impulsionar o comércio, atrair investimentos, fortalecer o turismo e ampliar a capacidade logística da região.

Para Mauro Sammarco, presidente da Associação Comercial de Santos, a obra representa um divisor de águas para a competitividade regional. “O túnel Santos–Guarujá, aguardado há quase um século, trará um salto de integração e desenvolvimento para a Baixada Santista. Além de reduzir drasticamente o tempo de travessia, garantirá mobilidade mais rápida e segura para pessoas e cargas, fortalecendo o Porto de Santos e aumentando sua competitividade. A obra também impulsionará o turismo, atrairá investimentos e gerará milhares de empregos, consolidando-se como um vetor de crescimento econômico e social para toda a região”, disse.

Em Guarujá, a expectativa também é alta, especialmente quanto ao potencial de transformação da cidade em um novo polo econômico entre cidade e porto, segundo Wagner Rodrigo Cruz de Souza, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarujá. “A ligação direta entre Santos e Guarujá representa muito mais do que mobilidade urbana: ela é a chave para destravar o imenso potencial de desenvolvimento retroportuário de Guarujá. Com acesso facilitado ao Porto de Santos, nossa cidade poderá atrair novos investimentos, ampliar sua vocação logística e industrial e gerar milhares de oportunidades de emprego e renda para a população”, afirmou.

A estimativa de investimento é de R$ 6,8 bilhões, por meio de Parceria Público-Privada (PPP). A empresa vencedora ficará responsável pela construção, operação e manutenção do túnel ao longo de 30 anos de concessão.

Via Secom

Escala 6×1: Plebiscito Popular adia fim da votação

fim da escala 6×1 está em discussão no Congresso com Proposta de Emenda à Constituição (PEC) formalizada pela deputada federal Erika Hilton (Psol). O Plebiscito Popular que pressionar os representantes pela aprovação da PEC teve sua votação prorrogada. Agora, é possível votar pelo fim da escala de trabalho exaustivo até o fim de setembro. Saiba mais em TVT News.

Além do fim da escala 6×1, o Plebiscito Popular quer saber o que os brasileiros pensam sobre a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da taxa para quem ganha acima de R$ 50 mil.

⚠️ Vote até o fim de setembro! Não perca o prazo!

⚠️ O Plebiscito Popular 2025 é uma iniciativa dos movimentos sociais, centrais sindicais, juventudes, artistas, entidades de fé e partidos progressistas para ouvir a população brasileira sobre temas urgentes e pressionar pelo fim da escala 6×1.

⚠️ A PEC 8/25 quer acabar com a escala 6×1 e reduz para 36 o limite de horas semanais trabalhadas.

Como votar presencialmente no Plebiscito Popular pelo fim da escala 6×1?

Para votar pelo fim da escala 6×1, procure o endereço da urna mais próxima. A organização do Plebiscito Popular 2025 reuniu todos os locais e horários em um site: acesse por este link.

Para votar é simples, você não precisa levar documento. Na cédula, só é solicitado o seu nome completo, telefone pessoal e e-mail.

Na sequência, responda a duas perguntas:

➡️ A primeira pergunta é “você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?”.

Para concordar com o fim da escala 6×1, assinale a opção “sim”.

➡️ Para concluir, é preciso responder também a segunda pergunta: “você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?”.

Caso concorde, vote “sim”.

Como qualquer pessoa pode cadastrar para ser uma urna — veja mais abaixo como você pode ser uma urna —, novos locais podem surgir. A planilha disponível é atualizada automaticamente.

Como votar online no Plebiscito Popular pelo fim da escala 6×1?

Para participar da votação pelo fim da escala 6×1, você pode acessar a urna da TVT News clicando aqui ou lendo o QR Code ao lado.

➡️ Preencha os dados com seu nome completo, e-mail ativo e número de telefone.

➡️ A primeira pergunta é “você é a favor da redução da jornada de trabalho sem redução salarial e do fim da escala 6×1?”. Para concordar com o fim da escala 6×1, selecione a opção “sim”.

➡️ Para concluir, é preciso responder também a segunda pergunta: “você é a favor de que quem ganhe mais de 50 mil por mês pague mais imposto de renda para que quem recebe até 5 mil por mês não pague?”. Caso você concorde, vote “sim”.

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Print da aba de votação no Plebiscito Popular 2025 pelo fim da escala 6×1.

Como ser uma urna do Plebiscito Popular pelo fim da escala 6×1?

Com o objetivo de mobilizar mais pessoas pelo fim da escala 6×1, o Plebiscito Popular possibilita que qualquer pessoa e instituição seja uma urna e incentive as pessoas próximas a votar.

Para isso é preciso acessar o site do Plebiscito Popular, selecione “Faça o cadastro da sua urna!” e depois crie um cadastro ou acesse diretamente neste link.

➡️ Preencha os dados cadastrais.

➡️ Selecione uma instituição que você faça parte. Mas caso ela não seja uma das pré-indicadas é possível sugerir novas em “outras”

➡️ Finalizado o cadastro, você será direcionado para uma aba em que é possível cadastrar os votos das cédulas recebidas em urnas e anexar o comprovante.

Votos em duplicidade serão anulados.

O que é a PEC do fim da escala 6×1

PEC 8/25 quer acabar com o modelo de trabalho de seis dias com uma folga na semana, a chamada escala 6×1. A proposta reduz para 36 o limite de horas semanais trabalhadas no Brasil com jornada diária de 8 horas, o que permitiria o modelo de quatro dias de trabalho e três de descanso, a escala 4×3. Atualmente, o artigo 7° da Constituição estabelece que a carga de trabalho será de até oito horas diárias e até 44 horas semanais.

A PEC tem grande apelo popular. De acordo com pesquisa Quaest divulgada em julho, 71% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6×1. Na Câmara, no entanto, a opinião é diferente: a maioria dos parlamentares são contra o fim do regime de trabalho exaustivo — 88% dos deputados federais de direita são contra o fim da escala 6×1, opinião que se repete em 70% dos parlamentares do centrão.

Erika defende que o fim da escala 6×1 seja feito sem redução salarial. Apesar da proposta defender a adoção da jornada de trabalho de 4 dias na semana, o meio-termo da escala 5×2 deve ser a saída de negociação.

Livro revela aliança entre big techs e complexo militar para guerras dataficadas

Em um momento de conflitos globais cada vez mais dependentes de tecnologia, o sociólogo e professor da UFABC, Sérgio Amadeu, lança um livro fundamanental para entender os novos rumos da guerra e do poder geopolítico. Intitulado “As big techs e a guerra total: o complexo militar-industrial-dataficado”, a obra foi tema de entrevista exclusiva no Jornal TVT News Primeira Edição, apresentado por Talita Galli, nesta segunda-feira (1). Leia em TVT News.

As big techs fazem parte do complexo militar industrial dataficado

A partir de uma vasta pesquisa, Amadeu demonstra como o avanço da Inteligência Artificial (IA) foi incorporado pelos interesses militares de grandes potências, notadamente os Estados Unidos, em uma fusão perigosa entre capitalismo de vigilância e militarismo digital. O livro, escrito em linguagem acessível, convida o leitor a adentrar os bastidores das alianças estratégicas entre governos e corporações como Google, Amazon, Microsoft, Oracle e Palantir.

Durante a entrevista, Amadeu explicou a evolução do que ele chama de “complexo militar-industrial-dataficado”. “Eu pesquisando as redes digitais, eu encontrei a relação dessas grandes empresas que a gente chama de Big Tech com a indústria da guerra”, afirmou. Ele relembrou o termo “complexo militar-industrial” cunhado pelo presidente Eisenhower e destacou a mudança fundamental: a incorporação das Big Techs, cujo poder está na vasta coleta e processamento de dados da população global.

“Eles estão ganhando contratos no Pentágono… e esses contratos estão levando as big techs a cada vez mais ter uma fronteira nebulosa entre dados que eles utilizam com a sua inteligência artificial para oferecer produtos… mas também eles acabam atuando, por exemplo, em um laboratório que, na minha opinião, foi feito na Faixa de Gaza”, denunciou o professor.

Amadeu citou o “Projeto Nimbus”, um contrato bilionário de computação em nuvem firmado em 2021 entre o governo de Israel e consórcio formado por Amazon e Google. Ele destacou a mobilização ética dos próprios funcionários dessas empresas.

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Livro conta a relação das Big Techs com a indústria da guerra. Foto: Pixabay/Wikimedia

“Eu me deparo com a mobilização dos trabalhadores, de engenheiros, de cientistas de dados, que diziam assim: ‘Eu não sou um programador para matar pessoas’… montaram um movimento que se chama ‘No Tech for Apartheid’ [Nenhuma Tecnologia para o Apartheid]”.

O pesquisador fundamenta suas afirmações com documentos e relatos, incluindo a declaração de um gerente do Google: “O Google está fornecendo tecnologia que alimenta o primeiro genocídio impulsionado pela IA”.

A Dataficação da Guerra e a Ética do Exterminador

A obra alerta para a transformação da guerra em um “sistema tecnocrático, no qual dados e IA são tão cruciais quanto armas”. Amadeu descreveu à TVT a existência de sistemas que mapeiam populações inteiras para definir alvos, citando um general israelense que defende a necessidade de se identificar “80.000 alvos” antes mesmo de uma guerra começar.

“Eles passam nas redes sociais, fazem o perfilamento, não só para enviar publicidade, mas também para, se o caso, ter alvos a serem abatidos fora da área de combate… são ações que, na minha opinião, deveriam ser motivo de tratados internacionais, porque não se trata de guerra, se trata de extermínio”.

Ele contrasta a “ética da guerra” clássica, onde soldados se enfrentam em campo, com a “ética do caçador” vigente: “As pessoas estão longe da área de combate e eles são atingidos por drones, por mísseis… Isso é muito grave. A guerra se alterou com a inteligência de máquina”.

A Vulnerabilidade do Brasil e a Ilusão da “Nuvem Soberana”

Questionado pela comentarista Rose Martins sobre os riscos para o Brasil, que não vive um conflito armado aberto, Amadeu foi enfático: “O Brasil tem uma vulnerabilidade muito grande porque não controla as tecnologias que usa”.

Ele usou o recente embate entre o CEO Elon Musk e o Supremo Tribunal Federal (STF) como exemplo, citando um ofício das Forças Armadas que alertava para a dependência do sistema Starlink, também de Musk, para a mobilização de tropas.

O professor também demoliu o conceito de “nuvem soberana” vendido por essas empresas no país. “O Brasil atualmente… tem nuvem soberana da Oracle, da Microsoft, da Amazon. É um produto”. Ele alertou para a legislação dos EUA, como o CLOUD Act, que obriga qualquer empresa americana – independente de onde seus servidores estejam fisicamente – a fornecer dados sob demanda do governo norte-americano.

“Recentemente… um senador [francês] perguntou ao diretor da Microsoft: ‘Você dá garantias que o Trump não tem como bloquear nossas máquinas?’ Ele falou: ‘Não, eu devo obrigações porque a minha empresa é norte-americana’”. Para Amadeu, a conclusão é clara: “Não há soberania nacional hoje sem soberania digital”.

O Enorme Fluxo de Dinheiro e o Poder Geopolítico

O comentarista Eduardo Castro questionou o volume de recursos envolvidos. Amadeu citou um único “contrato guarda-chuva” de mais de US$ 30 bilhões do Pentágono com Microsoft, Amazon, Google e Oracle, além de outros com empresas como a Palantir, fundada com capital da CIA.

Sobre o poder político que isso confere, especialmente em um contexto eleitoral nos EUA, Amadeu foi direto: “As Big Techs não são só empresas quaisquer, elas são ponta de lança ou dispositivos da geopolítica norte-americana”. Ele lembrou que Trump, em sua posse, colocou os CEOs dessas empresas em destaque, sinalizando sua importância estratégica.

Lançamento e Debate

O livro “As big techs e a guerra total” será lançado oficialmente nesta quarta-feira (3), às 19h, na Livraria Travessa da Rua dos Pinheiros, 513, próximo ao metrô Fradique Coutinho, em São Paulo. O evento contará com um debate entre o autor, a professora Maria Carloto (UFABC) e o professor Alcides Peron (Unicamp), especialista em segurança militar.

A obra é um alerta urgente e um chamado para um debate ético e político sobre os riscos da fusão entre o poder militar estatal e o poder dataficado das grandes corporações tecnológicas.

O livro é publicado pela Editora Hedra.

Trump processa Pulitzer por premiar matérias investigativas

O Tribunal Superior da Flórida autorizou o presidente Donald Trump a seguir com seu processo por difamação contra o Conselho do Prêmio Pulitzer de Jornalismo. Entenda na TVT News.

A decisão rejeitou os pedidos do Conselho para suspender ou arquivar o caso enquanto Trump ocupa a Casa Branca, abrindo caminho para um julgamento inédito que coloca um presidente em exercício como parte demandante em um litígio de natureza civil contra uma das instituições jornalísticas mais tradicionais do país.

A ação, movida em uma corte estadual da Flórida, reduto da extrema direita, acusa o Conselho do Pulitzer de ter “manchado a reputação” de Trump ao premiar, em 2018, os jornais The New York Times e The Washington Post pelas reportagens investigativas que revelaram as conexões da campanha de Trump com autoridades russas durante as eleições presidenciais de 2016. Reportagens essas que, à época, renderam um dos prêmios mais prestigiosos do jornalismo norte-americano.

Agora, sete anos depois, e sob o segundo mandato presidencial conquistado após uma campanha marcada por ataques sistemáticos à mídia, Trump exige indenização do Conselho, amparando-se no relatório do promotor especial Robert Mueller, que, em 2019, concluiu não haver provas suficientes para acusar a campanha de conluio criminal com a Rússia, embora o documento tenha relatado múltiplas tentativas de obstrução de justiça.

Autoritarismo de Trump

Desde que reassumiu a presidência em janeiro de 2025, Trump tem intensificado sua ofensiva contra instituições democráticas, em particular contra os meios de comunicação e o sistema judiciário. A ação contra o Pulitzer se soma a uma série de iniciativas judiciais e legislativas que miram críticos do governo e contestadores da legitimidade de sua conduta.

Apesar dos argumentos do Conselho Pulitzer, que sustentava que um julgamento enquanto o presidente exerce o cargo poderia comprometer a separação de poderes e afetar o funcionamento do governo, as cortes de primeira e segunda instância, e agora o Tribunal Superior da Flórida, entenderam que não há impedimentos para que o caso prossiga.

A decisão, publicada em uma ordem sucinta de apenas uma página, não apresentou justificativas detalhadas.

Imunidade seletiva

O caso ocorre poucos meses após a Suprema Corte dos Estados Unidos decidir, em Trump v. United States, que presidentes gozam de ampla imunidade contra processos criminais por atos oficiais. A decisão foi utilizada por Trump para adiar ou suspender múltiplas investigações em seu desfavor. No entanto, no processo contra o Pulitzer, o próprio presidente rejeita essa imunidade, colocando-se como cidadão lesado em sua honra pessoal.

Liberdade de imprensa sob ataque

O Pulitzer ainda não se pronunciou oficialmente após a decisão da corte da Flórida, mas seus advogados vêm reiterando que as reportagens premiadas foram fruto de investigação jornalística rigorosa e que a premiação, além de legítima, está protegida pelo direito à liberdade de expressão, garantido pela Constituição dos EUA.

Caso o presidente obtenha êxito, o precedente pode abrir caminho para uma nova fase de litigância estratégica contra veículos de imprensa, influenciando o jornalismo investigativo em todo o país. Enquanto isso, a democracia norte-americana segue em erosão. Mais uma vez, caem limites da resistência institucional diante de um poder presidencial cada vez mais concentrado e agressivo.

Feira online tem 7 mil vagas de emprego para pessoas com deficiência

O mês de setembro, quando é lembrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21), começa com a feira online Inclui PcD que vai oferecer 7 mil vagas de emprego para pessoas com deficiência (PCD). Participam do mutirão virtual empresas como Ambev, CSN, Grupo Boticário, L’Oréal, Mercedes Benz do Brasil, Stone, SulAmérica e Vivo. Saiba mais na TVT News.

A feira Inclui PcD, além de permitir oportunidades de emprego, disponibiliza uma série de palestras e painéis sobre diversidade e inclusão, nos dias 2 e 3 de setembro. O uso da plataforma é gratuito, bastando se inscrever no site.

A iniciativa de aproximar companhias e pessoas com deficiência interessadas em vagas de emprego é da Egalite, empresa especializada em inclusão de PCDs no mercado de trabalho.

As vagas são em diversas áreas e regiões. Os níveis e cargos também são distintos. Ao fazer a inscrição no site, a pessoa pode se cadastrar dentro das seguintes categorias:

  • deficiência auditiva
  • deficiência física
  • deficiência intelectual
  • deficiência psicossocial
  • deficiência visual
  • transtorno do espectro autista
  • reabilitado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)

Mais de 14 milhões de PCDs

O Brasil tem cerca de 14,4 milhões de pessoas com deficiência, segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa 7,3% da população do país com 2 anos ou mais de idade.

O censo também mostrou que 2,4 milhões de pessoas declararam ter recebido diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA). O número corresponde a 1,2% da população brasileira.

Lei 8.213/91 reserva vaga para PCD em empresas com pelo menos 100 funcionários.

Outra pesquisa do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, de 2022, apontou que o nível de ocupação – percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – foi de 26,6% para as pessoas com deficiência, patamar bem abaixo do das pessoas sem deficiência (60,7%).

O levantamento revelou também que, das pessoas com deficiência que trabalhavam, 55% estavam na informalidade, isto é, sem direitos trabalhistas. Entre as pessoas sem deficiência, o percentual era 38,7%.

Na sua sexta edição anual, a Inclui PcD espera contribuir para diminuir essas desvantagens de PCD no mercado de trabalho exposta pelas pesquisas. Nas cinco feiras anteriores, foram oferecidas 35 mil vagas de emprego.

O diretor executivo da Egalite, Guilherme Braga, disse à Agência Brasil que a inclusão de PCDs nos quadros traz benefícios para empresas.

“Tem uma questão muito forte de inovação, quando a gente fala de uma equipe mais diversa, porque tem diferentes pontos de vistas”, afirmou.

“Ter uma força de trabalho que reflete melhor a sociedade vai fazer com que essa empresa pense em como solucionar os problemas, como atender os seus clientes de uma forma mais criativa, mais inovadora e atendendo a maiores públicos”, completou o diretor.

Com Agência Brasil

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