Glauber completa 60 horas sem comer. ‘Não vou voltar em minhas decisões’

Glauber classifica a articulação para derrubar seu mandato como "golpista". Entenda tudo sobre na TVT News
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Meu ato de estar aqui, em greve de fome, é minha resposta", disse Glauber. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) completou, hoje (11), 60 horas em greve de fome como forma de protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A medida política foi aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Glauber classifica a articulação como “golpista”. O parlamentar afirma que continuará o jejum e permanecerá dormindo no Plenário 5 da Casa até o fim do julgamento. Entenda na TVT News.

A fim de preservar sua saúde durante a greve, Glauber realizou exames de sangue e recebeu meio litro de soro nesta manhã. Segundo sua equipe, o deputado já perdeu quase dois quilos desde o início da manifestação.

“Não vou voltar atrás em nenhuma das minhas decisões. Meu ato de estar aqui, em greve de fome, é minha resposta. Sei que há muitas pessoas preocupadas com minha saúde, mas quero dizer que estou bem. Quando isso tudo vai parar? Quando parar a perseguição que estou sofrendo por dizer verdades que não queriam que fossem faladas”, afirmou em comunicado pelas redes sociais.

Atividades de Glauber

Glauber participou nesta sexta-feira de um ato em solidariedade à deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG), que foi atingida por bombas de gás lacrimogêneo durante um protesto indígena na noite anterior, em Brasília. Após o evento, ele retornou ao Plenário 5, onde tem se concentrado desde quarta-feira (9) e onde, junto a apoiadores e colegas parlamentares, mantém a resistência.

Entre os nomes que aderiram à manifestação está a deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que também iniciou jejum em apoio ao colega. A comunicação com a imprensa tem sido feita exclusivamente por notas oficiais, com a próxima atualização prevista para as 19h desta sexta.

A decisão do Conselho de Ética, que aprovou a perda do mandato de Braga por 13 votos a 5, ainda cabe recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O processo teve como origem uma denúncia do partido Novo, que acusa o deputado de agressão contra Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), em abril do ano passado.

Segundo a Agência Câmara de Notícias, a sessão que decidiu pela cassação foi marcada por tumulto e forte presença de apoiadores do parlamentar. Braga, por sua vez, vê a cassação como uma retaliação política: “É fruto de uma decisão política: não serei derrotado por Arthur Lira e pelo orçamento secreto. Vou às últimas consequências”, afirmou.

A mobilização em torno do caso cresce nas redes sociais e entre movimentos sociais, enquanto Glauber mantém firme seu protesto, mesmo sob risco à própria saúde.

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