Nikolas Ferreira vira réu e pode ficar inelegível

O deputado é acusado de espalhar informações falsas nas eleições municipais de 2024
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O deputado Nikolas Ferreira e outros três bolsonaristas são alvo de um processo que pode resultar na inelegibiidade por até oito anos. Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) pode se tornar inelegível, após o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) acolher uma denúncia do Ministério Público Eleitoral do Estado (MPE-MG) contra o parlamentar na última sexta-feira (25). O MPE acusa Nikolas, o deputado estadual Bruno Engler (PL), a deputada estadual Delegada Sheila (PL) e a presidente do PL Mulher, Coronel Cláudia, de espalhar desinformação nas eleições de 2024. Saiba mais em TVT News.

De acordo com a denúncia, os bolsonaristas utilizaram as redes sociais para disseminar informações falsas contra o então prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), no segundo turno da disputa pela prefeitura de 2024. Engler disputou o pleito com Coronel Cláudia como sua vice e foi derrotado por Noman, que venceu as eleições, com 53% dos votos, mas faleceu em março deste ano, após três meses internado por complicações de um câncer.

O grupo é acusado de praticar difamação contra Noman, alvo de uma “campanha sistemática de desinformação”. Segundo o MPE, os quatro denunciados distorceram o conteúdo do livro Cobiça, escrito por Fuad em 2020, retirando de contexto trechos que tratavam de abuso sexual para afirmar que o então prefeito endossava o crime.

Nikolas, que defendia a eleição de Engler, acusou a obra de ser um “livro pornográfico” em um vídeo, cuja exclusão determinada pela Justiça não foi cumprida pelo deputado, que publicou outro vídeo criticando a Justiça Eleitoral. Os demais acusados também utilizaram suas redes para espalhar a informação falsa contra Noman, além de que Engler e Romualdo espalharam a informação falsa na propaganda eleitoral da chapa.

O MPE pediu a suspensão dos direitos políticos do grupo de bolsonaristas. A denúncia diz que os denunciados produziram e disseminaram “conteúdo sabidamente falso e ofensivo, com o claro intuito de desequilibrar a disputa eleitoral”.

A decisão, assinada pelo juiz Marcos Antônio da Silva, da 29ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, determina que os bolsonaristas tem dez dias, a partir de 25 de julho, para apresentar suas defesas e testemunhas. Caso a ação penal resulte na condenação, os quatro acusados deverão pagar indenizações que serão destinadas a uma instituição de caridade — os familiares de Noman se recusaram a receber o valor — e perderão seus direitos políticos, o que significa estarem inelegíveis por até oito anos.

Entenda as acusações contra Nikolas e demais acusados

  • Nikolas Ferreira: teve papel fundamental na propagação das desinformação, usando suas redes sociais para divulgar conteúdos falsos e ofensivos; além disso, ignorou ordem judicial que determinava a remoção dessas publicações
  • Bruno Engler: coordenou a campanha de desinformação contra Fuad, distorceu trechos do livro Cobiça para ligar o ex-prefeito a crimes e levou o exemplar a um debate na TV para acusá-lo de ter escrito uma obra “erótica e pornográfica”;
  • Coronel Cláudia: reproduziu as acusações falsas durante a campanha, inclusive em programa de TV, onde disse que o livro tinha um conteúdo “muito pesado” para ser lido em voz alta;
  • Delegada Sheila: também difundiu informações enganosas sobre o livro de Fuad Noman, contribuindo para espalhar as peças de campanha difamatórias.

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