Trump eleito: o que muda na política migratória?

Especialista em políticas de migração analisa o que pode mudar para os migrantes com a eleição do republicano
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Trump eleito: eleitores apostaram no discurso protecionista e contra migrações ilegais. Foto: Oleg Yunakov/ Wikimedia Commnons

Trump eleito contra Kamala Harris. TVT News convida advogado especialista em políticas de migração, Vinícius Bicalho, para analisar o que pode mudar para os migrantes com a eleição do republicano.

Trump eleito: a nova política para migração nos EUA

Com Donald Trump eleito, os EUA chegam a um momento de transformação para o país. “Trump eleito revela um claro descontentamento da população americana com a atual condução política”, afirma o advogado e mestre em direito nos EUA, Vinícius Bicalho.

“Essa vitória não apenas marca uma guinada conservadora, mas também traz à tona o desejo de mudanças profundas em temas centrais para os Estados Unidos, como a segurança nas fronteiras e a política de imigração”, analisa Bicalho.

De acordo com o advogado, que é integrante da membro da American Immigration Lawyers Association (AILA) Trump eleito pode significar o combate à imigração ilegal. “Trump reassumiu o compromisso com o combate à imigração ilegal, uma de suas bandeiras de campanha mais significativas. Sua posição firme em relação ao fortalecimento das fronteiras e à aplicação rigorosa das leis migratórias reflete a preocupação de uma grande parcela da população que, conforme demonstrado nas urnas, sente-se desatendida pelas políticas democratas”, explica Bicalho.

Ainda para o advogado, “a promessa de priorizar a imigração de profissionais qualificados, ao invés de permitir a entrada descontrolada de imigrantes, sinaliza uma estratégia voltada para o desenvolvimento econômico e para a segurança nacional”.

Trump eleito e a derrota dos democratas

De acordo com Bicalho, Trump eleito mostra o “gap” entre democratas e os eleitores norte-americanos.

“Esse triunfo expressivo também evidenciou a desconexão entre o discurso democrata e as reais necessidades dos eleitores. O partido cometeu um erro estratégico ao manter o discurso de que Joe Biden tinha plenas capacidades cognitivas para liderar a nação, mesmo quando a saúde e o vigor mental do presidente estavam sendo questionados. O embate final nos debates foi um momento divisor de águas, onde a realidade ficou exposta e, mesmo com a tentativa de substituição, a mudança ocorreu tarde demais para impedir o avanço republicano”, pondera o advogado.

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Trump eleito: outdoor na Pennsylvania diz que Trump vai proteger as famílias, aceno a políticas migratórias mais restritivas. Foto: Oleg Yunakov/ Wikimedia Commnons

“Trump eleito, mesmo sendo um candidato polarizador, foi capaz de converter as dúvidas em apoio. A votação mostrou um respaldo incontestável, evidenciando que, diante da percepção de risco e da desconfiança com a oposição, eleger Trump era, para muitos americanos, a opção mais segura”, argumenta Bicalho.

No discurso de celebração da Vitória, ao falar sobre segurança e imigração, Trump indicou que pretende reforçar o controle das fronteiras. Para ele, os Estados Unidos precisam fechá-las para garantir a entrada apenas de imigrantes legais. “E agora vamos chegar a um novo nível de importância, porque vamos ajudar nosso país a se curar. Nosso país precisa de ajuda urgente”, disse.

De acordo com Trump, a medida não impede que as pessoas continuem a ir para o país, mas enfatizou que elas devem entrar de forma legal no território norte-americano.

Trump eleito: repercussão mundial

Líderes de diversos países parabenizaram Trump pela reeleição ainda na madrugada desta quarta-feira, antes mesmo de ele assegurar os 270 delegados necessários para vencer. Chefes de Estado de Israel, França, Itália e Ucrânia já o felicitaram pela conquista.

Entre os líderes, o presidente da França, Emmanuel Macron, também enviou uma mensagem a Trump. “Pronto para trabalharmos juntos novamente, como fizemos nos últimos quatro anos. Com respeito e ambição, por mais paz e prosperidade,” publicou.

Na parte da manhã, o presidente Lula publicou nas redes sociais uma mensagem desejando sorte ao novo mandato de Trump. No texto, o petista saúda a vontade democrática do povo estadunidense e parabeniza Trump pela vitória. O ato representa um aceno diplomático do Brasil para o país norte-americano.

Sobre Vinícius Bicalho

Advogado licenciado nos EUA, Brasil e Portugal; mestre em direito nos EUA pela University of Southern California; mestre em direito no Brasil pela Faculdade de Direito Milton Campos (MG); membro da AILA – American Immigration Lawyers Association; responsável pelo Guia de Imigração da AMCHAM; professor de Pós-graduação em direito migratório; advogado brasileiro citado recentemente na lista dos “confiáveis” do New York Times.

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