Adolescente brasileiro morre em bombardeio no Líbano

No ataque também morreu o pai do jovem. Região em que viviam é uma das mais bombardeadas por Israel
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Ali Kamal Abdallah foi vítima dos ataques no Vale do Bekaa / Reprodução: Instagram

Um adolescente brasileiro de 15 anos morreu na segunda-feira (23) durante bombardeios no Líbano. Ali Kamal Abdallah foi vítima dos ataques no Vale do Bekaa, uma das regiões mais atingidas pelos bombardeios israelenses. Seu pai, de nacionalidade paraguaia, também perdeu a vida no ataque. Este é o primeiro brasileiro que morre no Líbano desde o acirramento dos conflitos.

De acordo com familiares, Ali e seu pai haviam se mudado para o Líbano para trabalhar em uma pequena fábrica de produtos de limpeza. A família do adolescente reside em Foz do Iguaçu (PR), cidade que abriga uma das maiores comunidades libanesas do Brasil, reconhecida como a segunda maior colônia libanesa no país.

Em entrevista à TV RPC, Hanan Abdallah, irmã do adolescente, relatou que seu irmão e pai viveram por mais de 10 anos em Foz do Iguaçu, antes de se mudarem para o Líbano há cerca de quatro anos. Ela também revelou que outro irmão, de 16 anos, ficou ferido no bombardeio. O jovem, junto com outra irmã, está a caminho do Brasil.

Desde o início dos bombardeios de Israel contra o Líbano, em uma ofensiva contra o Hezbollah, mais de 600 pessoas já morreram, e cerca de 90 mil foram forçadas a abandonar suas casas devido à intensificação do conflito.

Nesta quarta-feira (25), o chefe do exército israelense, Herzi Halevi, afirmou que os bombardeios são uma preparação para uma possível incursão terrestre. O Hezbollah também declarou ter expandido seu alcance de ataque, prometendo uma “resposta muito forte” a Israel.

Repúdio

Na segunda-feira (23), mesmo antes da notícia da confirmação do primeiro brasileiro que morre no Líbano, o governo brasileiro condenou “nos mais fortes termos” os contínuos ataques aéreos israelenses contra áreas civis em Beirute, no Sul do Líbano (foto) e no Vale do Beqaa. O Ministério das Relações Exteriores também recomendou aos brasileiros que deixassem a área conflagrada. O aeroporto de Beirute continua aberto, mas o governo avalia a necessidade de uma operação de repatriação.

Em nota, o Itamaraty lamentou as declarações de autoridades israelenses em favor de operações militares e da ocupação de parte do território libanês e expressou “grave preocupação” diante das exortações do governo israelense para que civis libaneses evacuem suas residências naquelas regiões.

“O Brasil renova o apelo às partes envolvidas para que cessem, imediatamente, os ataques, de forma a interromper a preocupante escalada de tensões, que ameaça conduzir a região a conflito de amplas proporções, com severo impacto negativo sobre populações civis”.

Assistência

Segundo o Itamaraty, a embaixada do Brasil em Beirute continua prestando assistência e fornecendo as orientações devidas à comunidade brasileira, com a qual mantém contato permanente.

Consulado reforça alerta a brasileiros no Líbano

Entre as recomendações do Ministério das Relações Exteriores para os brasileiros no Líbano estão:

  • Caso não esteja no Líbano, não viajar ao país e, se estiver, procurar sair o quanto antes
  • Adotar as indicações de segurança das autoridades locais, com atenção às áreas consideradas de risco;
  • Manter os dados de cadastramento atualizados junto ao Setor Consular da Embaixada do Brasil em Beirute. O formulário de cadastro consular no seguinte link: https://forms.office.com/r/HjhvhDiHFK;

Em caso de emergência consular, o telefone de plantão é: +961 70 108 374 (plantão consular no Líbano, 24h) ou +55 61 98260-0610 (plantão consular do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, 24h). A Embaixada em Beirute está também disponível pelos e-mails:
 [email protected] e [email protected]

*Com informações da Agência Brasil

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