Netanyahu congela cessar-fogo e aprofunda genocídio em Gaza

Após rejeitar a paz, os exércitos sionistas de Netanyahu intensificaram o genocídio e mataram 20 crianças e 25 mulheres
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Governo de extrema direita de Netanyahu teme perder sustentação política caso haja paz na região. Entenda na TVT News. Foto: IRNA

O regime sionista de extrema direita de Benjamin Netanyahu, em Israel, suspendeu o cessar-fogo com o Hamas anunciado ontem (16). Após rejeitar a paz, os exércitos sionistas intensificaram o genocídio e mataram, pelo menos, 73 pessoas hoje. Sem provas, o extremista disse que o Hamas não haveria aceitado todos os acordos impostos por Israel para frear os assassinatos. Prontamente, lideranças do Hamas se manifestaram que aceitam todos os termos. O fato é que o governo de Netanyahu teme perder sustentação, caso haja a paz.

A existência da extrema direita pressupõe o conflito, o ódio ao diferente e o desprezo à verdade e aos direitos humanos. Existe a expectativa, inclusive noticiada pela imprensa local, de que sem um conflito armado e com a libertação de todos os reféns israelenses, Netanyahu perderia base e poderia deixar o governo. Sem a sustentação do Estado, o extremista pode ter que lidar com mais preocupação com suas condenações por crimes de guerra e contra a humanidade, proferidas pelo Tribunal Penal Internacional.

Netanyahu em marcha

Netanyahu anunciou nesta manhã que seu governo não discutirá o acordo de cessar-fogo. O Hamas, em contrapartida, reafirmou seu compromisso com todos os termos do acordo, que foi negociado no Catar e previa o início do cessar-fogo para domingo, condicionado à aprovação do gabinete de segurança israelense, composto por 11 ministros. Dois deles, de grupos ortodoxos, manifestaram oposição à suspensão dos ataques na Faixa de Gaza. Além dessa etapa, o texto ainda precisará ser aprovado pelos 34 ministros que compõem o governo israelense.

Enquanto as negociações seguem em suspenso, a violência na região continua. Um bombardeio israelense atingiu ontem uma escola que servia como abrigo na Faixa de Gaza, matando ao menos 73 pessoas, de acordo com a Defesa Civil palestina. Entre as vítimas estavam 20 crianças e 25 mulheres. O ataque ocorreu após o anúncio do acordo de cessar-fogo.

Em um período de 24 horas, 81 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses, e outros 188 ficaram feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Desde o início da ofensiva israelense, em outubro do ano passado, mais de 46,8 mil palestinos foram mortos — mais de 2% da população do território, maioria mulheres e crianças. Além disso, mais da metade dos edifícios em Gaza foi destruída.

As três fases do acordo de cessar-fogo

O acordo de cessar-fogo, mediado no Catar, prevê três fases principais:

  1. Primeira fase: Com duração de seis semanas, inclui a libertação de 33 reféns em poder do Hamas e de mais de mil prisioneiros palestinos detidos por Israel. Também estão previstos o fim das hostilidades, a retirada de tropas israelenses de áreas povoadas de Gaza e a entrada de ajuda humanitária no território.
  2. Segunda fase: Também de seis semanas, contempla a libertação dos reféns restantes pelo Hamas e de um número ainda não especificado de prisioneiros palestinos por Israel.
  3. Terceira fase: Abrange a troca de corpos de reféns por palestinos mortos, a implementação de um plano de reconstrução da Faixa de Gaza e o desbloqueio das fronteiras para a passagem de pessoas.

O futuro do acordo permanece incerto diante da resistência política em Israel e da intensificação do genocídio.

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