Celac cancela reunião para tratar das políticas anti-imigração de Trump

A reunião extraordinária que aconteceria nesta quinta-feira (30) foi puxada pela Colômbia, mas cancelada por impasse entre os membros
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A presidenta Xiomara Castro de Zelaya comunicou o cancelamento da reunião nas redes sociais. Foto: DHSgov/Wiki Commons

Nesta quarta-feira (29), a presidenta temporária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), Xiomara Castro de Zelaya, comunicou o cancelamento da reunião que iria tratar das políticas anti-imigratórias de Donald Trump por não haver acordo entre os países membros.

No domingo (26), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convocou a reunião extraordinária da Celac para selar uma união entre os países latino-americanos diante das ameaças econômicas de Donald Trump. Nos primeiros momentos daquele dia, Petro brigava assiduamente com Trump, exigindo que seus repatriados fossem tratados com dignidade.

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No final da noite de domingo (26), a Casa Branca anunciou que a Colômbia aceitou todas as condições impostas pelos Estados Unidos e aceitação irrestrita de repatriados.

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Esse acordou significou uma trégua temporária entre os dois países que estavam trocando não apenas farpas nas redes sociais, como sancionando penalidades econômicas por meio de tarifas alfandegárias de 25% para todos os produtos.

De acordo com a jornalista Daniela Lima no g1, a bandeira branca entre Colômbia e Estados Unidos enfraqueceu a potência da união dos países latino-americanos enfrente ao Trump.

A presidenta de Honduras, que também comanda a Celac, Zelaya, havia marcado a reunião para esta quinta-feira (30), às 11h, em formato híbrido — Lula havia confirmado presença online.

De acordo com as regras da Celac, todas as decisões somente são efetivamente tomadas se houver consenso entre os países-membros. Zelaya divulgou que o cancelamento se deu por falta de unanimidade.

“Honduras lamenta que, no caso do Haiti e nesta crise humanitária dos migrantes, tenha recebido novamente a oposição sistemática de países membros que privilegiaram outros princípios e interesses diferentes da unidade da região latino-americana e caribenha como Comunidade”, escreveu em comunicado oficial.

Ainda de acordo com Daniela Lima, o presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente de El Salvador Nayib Bukele, fizeram pressão para que a reunião não acontecesse. Ambos são apoiadores e admiradores de Trump.

A presidenta da Honduras, enquanto presidente da Celac, também ressaltou a atuação do país-líder em impulsionar debates relacionados a políticas de ajuda humanitária na crise do Haiti. Para ela, os casos são correlacionados.

“Os migrantes e seus direitos, tanto no trânsito para o país receptor como dentro das leis dos Estados Unidos, quanto os efeitos e o impacto social e econômico em toda a região que vai ocasionar as deportações massivas anunciadas constituem uma preocupação comum que deve ser abordado com objetividade e responsabilidade”, refletiu.

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