Nos dois primeiros meses de 2025, o Brasil apresentou uma redução de 69,25% nos casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2024. O levantamento, que abrange as semanas epidemiológicas 1 a 9 (de 29 de dezembro de 2024 a 1º de março de 2025), indica que as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, estão surtindo efeito e reforçam a importância da continuidade dos esforços para manter a tendência de queda.
Dados da dengue
Segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde, nos primeiros meses de 2025, foram contabilizados 493 mil casos prováveis de dengue, 217 óbitos confirmados e 477 mortes ainda sob investigação. No mesmo período de 2024, o país havia registrado 1,6 milhão de casos prováveis, 1.356 óbitos e 85 mortes em análise.
A maior concentração de casos continua na região Sudeste, que, em janeiro e fevereiro de 2024, somava mais de 1 milhão de registros, número que caiu para 360 mil em 2025. O estado de São Paulo se destaca com 285 mil casos prováveis, mais da metade do total nacional, além de 168 das 217 mortes confirmadas no país.
Confira o comparativo dos casos prováveis por semanas epidemiológicas 1 a 9:
2024:
- Brasil: 1.604.611 casos;
- Sudeste: 1.061.436 casos (66,14% do total nacional).
2025:
- Brasil: 493.403 casos;
- Sudeste: 360.989 casos (73,16% do total nacional).
Histórico da Dengue e Métodos de Prevenção
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e tem sido um desafio de saúde pública no Brasil há décadas. Desde os primeiros surtos registrados no país, as autoridades sanitárias têm adotado diversas estratégias para controlar a proliferação do vetor e minimizar os impactos da doença.
Entre os principais métodos de prevenção estão:
- Eliminação de criadouros: O Aedes aegypti deposita seus ovos em locais com água parada. Evitar o acúmulo de água em recipientes, como pneus, vasos de plantas e caixas d’água abertas, é fundamental para impedir sua reprodução.
- Uso de inseticidas e larvicidas: Em áreas com alta incidência de casos, as prefeituras realizam nebulizações para reduzir a população de mosquitos adultos.
- Mobilização comunitária: Campanhas de conscientização incentivam a população a adotar medidas preventivas e denunciar locais de possível proliferação do vetor.
- Vacinação: Embora a vacina contra a dengue ainda não esteja amplamente disponível, a parceria com o Instituto Butantan visa oferecer uma solução nacional para imunização em larga escala nos próximos anos.
Medidas de Controle e Prevenção
Desde a ativação do Centro de Operações de Emergências para Dengue e outras Arboviroses (COE-Dengue), em 8 de janeiro, o Ministério da Saúde intensificou as estratégias para conter a propagação da doença. Entre as principais ações estão:
- Visitas técnicas a estados e municípios para reforçar a vigilância e o controle do vetor;
- Distribuição de 4,5 milhões de testes de diagnóstico, priorizando localidades com menor acesso a laboratórios;
- Expansão do método Wolbachia para 44 cidades em 2025, que impede a transmissão do vírus da dengue pelo Aedes aegypti;
- Reuniões ampliadas do COE com entidades da sociedade civil, sindicatos e especialistas da área de saúde;
- Mobilização em escolas, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), para conscientizar crianças e jovens sobre a importância da prevenção;
- Parceria com o Instituto Butantan para a produção da primeira vacina nacional e de dose única contra a dengue, com previsão de disponibilizar 60 milhões de doses anuais a partir de 2026.
Alerta para a Febre Amarela
Além da dengue, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de ampliar a cobertura vacinal contra a febre amarela, uma doença que também tem o mosquito Aedes aegypti como vetor. O fortalecimento da vigilância epidemiológica, especialmente no monitoramento de primatas não humanos que possam estar infectados, é essencial para identificar possíveis surtos e garantir uma resposta rápida das autoridades de saúde.
Com a queda expressiva nos casos de dengue e a implementação de medidas eficazes de controle e prevenção, o Brasil demonstra avanços significativos no combate às arboviroses. No entanto, especialistas alertam que o combate ao Aedes aegypti deve ser contínuo, com a participação ativa da população na eliminação de criadouros do mosquito, garantindo que os números continuem em queda nos próximos meses.