Morre Mario Vargas Llosa, Nobel de Literatura, aos 89 anos

A morte de Mario Vargas Llosa foi anunciada por seu filho, Álvaro. O funeral não terá cerimônia pública
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Mario Vargas Llosa teve suas obras traduzidas para 30 idiomas. Foto: Pontificia Universidad Católica de Chile/Wikimedia Commons

O escritor Mario Vargas Llosa, vencedor de Nobel de Literatura, em 2010, faleceu no domingo (13), em Lima, no Peru, aos 89 anos. O falecimento foi anunciado em um comunicado nas redes sociais por seu filho, Álvaro. A causa da morte não foi informada. Saiba mais em TVT News.

“É com imenso pesar que anunciamos que nosso pai, Mario Vargas Llosa, faleceu pacificamente hoje em Lima, cercado por sua família”, disse Álvaro. “Sua partida entristece seu parentes, amigos e leitores ao redor do mundo, mas nós esperamos que eles encontrem conforto, como nós, no fato de que ele viveu uma longa e frutífera vida e deixa uma obra que o sobreviverá”, continuou o filho.

Segundo o comunicado, o funeral não terá uma cerimônia pública e será fechado para família e amigos. Respeitando seu desejo, o escritor será cremado. O governo do Peru decretou “Luto Nacional no dia 14 de abril” e anunciou a bandeiras a meio mastro.

Quem foi Mario Vargas Llosa

Junto com Gabriel García Márquez, Julio Cortázar e Carlos Fuentes, Mario Vargas Llosa se tornou conhecido mundialmente nas décadas de 1960 e 1970 no período que ficou conhecido como “boom latino-americano”. O escritor peruano era o último representante vivo desta geração. O autor se destacou por tratar de questões políticas da região mesclando realismo e ficção.

O conjunto de obras reconhecidas internacionalmente, inclui A Cidade e os Cachorros, A Casa Verde, Conversa na Catedral e Os Chefes, com a qual ganhou o Prêmio Leopoldo Alas, em 1959. Mario Vargas Llosa também foi laureado com os prêmios Miguel de Cervantes, em 1994, National Book Critics Circle Award, em 1997, e foi reconhecido como um imortal da Academia Francesa. Também fazia parte da Academia Brasileira de Letras desde 2014.

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Mario Vargas Llosa acumulou título Honoris Causa de universidades ao redor do mundo. Foto: Hreinn Gudlaugsson/Wikimedia Commons

Mario Vargas Llosa se envolveu em polêmicas por suas posições políticas nos últimos anos, como ter declarado que “o feminismo é o maior inimigo da literatura”, durante o movimento #MeToo, e ter apoiado nomes de direita durante eleições: José Antonio Kast, no Chile, Keiko Fujimoro, no Peru, Mauricio Macri, na Argentina, e Jair Bolsonaro, no Brasil.

Antes de abandonar a vanguarda literária de esquerda e guinar à direita em suas posições políticas, o autor apoiou a Revolução Cubana e a União Soviética. A desilusão ocorreu em 1971, quando o poeta cubano Heberto Padilla foi preso após criticar o governo de Cuba.

Em 1976, Mario Vargas Llosa protagonizou uma das brigas mais conhecidas do universo literário. Na estreia do filme Os Sobreviventes dos Andes o autor surpreendeu Gabriel García Márquez com um soco. Desde então, os gigantes da literatura se tornaram desafetos. O motivo da briga nunca foi confirmado pelos escritores, que disseram apenas ter sido motivada por questões pessoais, e não políticas.

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